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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Eu te amo

Já saíamos a quase oito meses, eu conheci Joe em uma festa de amigos em comum, ele começou a dançar de um jeito engraçado do meu lado, e ficamos amigos. Logo começamos a sair. Não tinhamos compromissos um com o outro, mas sabiamos ter exclusividade.
As vezes ele aparecia na porta do meu apartamento com uma pizza ou me convidava para comer fora. Mas era tudo assim, espontâneo! Não combinávamos as coisas como os casais "normais". Eu mesma, um dia, do nada, fui buscá-lo no escritório para vermos o pôr do sol.
E agora, eu olhova para ele me perguntando,como poderia ter me apaixonado assim? Joe não estava dentro dos padrões de estética socialmente aceitáveis. Era gordinho, usava óculos e vivia com um boné dos Jets afundado na cabeça meio calva. Hoje, ele me convidou para assistir ao jogo de Beisebol deles, Jets x Redsox, o grande jogo da temporada, e enquanto a bola rola lá em baixo, eu observo cada detalhe do seu rosto, e rio quando ele morde o cachorro quente e suja toda a boca de mostarda, depois toma longos goles de cerveja. Como pude? Ele é estranho, só sabe falar de beisebol ou trabalho, não é nada romântico, e não é bonito. Mas eu estou perdidamente apaixonada. Gostaria tanto de saber se sou correspondida. Ele poderia pelo menos demonstrar o que sente. De repente uma ULA. Começo a prestar atenção ao jogo. Mas sem deixar de perceber que agora quem me observa é ele. Parecemos adolescentes. Lembro das noites em que passamos comendo brigadeiro e assistindo filmes antigos. Em quê ele deve estar pensando? Momento crucial do jogo. Ele tem que rebater para ganharmos. E no lançamento a bola parece estar em câmera lenta... Tudo parece estar em silêncio, posso ver a minúscula gota de suor do jogador escorrer por entre suas costeletas fora de moda... Porque é que Joe não está prestando atenção no jogo, ele continua me olhando. Silêncio. (...)
– Jenny, Eu te amo.
E a bola é rebatida para fora do estádio, e somente quando eu estou em seus braços o tempo volta a correr normalmente! Ganhamos o jogo.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Vivendo



A vida passa diante de nós como alguém que caminha, devagar e desinteressada, nós temos a opção de abraçá-la ou abrir-lhe passagem.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Sem vestígios



Parecia um caso sem solução, como se tudo houvesse acontecido como num passe de mágica.
O telefone do investigador Rui havia acordado-o após três toques, deu uma olhadela no relógio digital que ficava em sua cabeceira e este marcava 4:00 AM, e só então atendeu ao telefone que ainda gritava estridente:
— Alô?
— Rui? É o Luís, temos um homícidio na Rua Vereadores 1.410, no Grande Hotel.
— Tá, sigo praí em dois minutos, temos alguma testemunha?
— HAHA, é meu amigo, esse é mais um caso para o novo Sherlok Holmes, pois o nosso assassino é um fantasma, sem digitais e sem vestígios.
O corpo nu de uma bela mulher jogado na calçada estava agora cercado por peritos criminais que se espremiam para poder realizar o devido trabalho com eficiência. Um fino fio vermelho de sangue percorria todo o seu corpo esbelto e macio da mulher jovem e ao seu lado uma taça de vidro quebrada.
O investigador federal chegou ao local com o casaco amarrotado e ao ver a situação do caso perguntou a um dos peritos:
— Festinha particular?
— Não senhor, ao que parece ela estava sozinha no quarto, estamos esperando os caras da autópsia chegar.
O experiente investigador agachou-se junto ao corpo para analisar quaisquer que fossem as evidências:
— Ela foi estrangulada por um homem, que era conhecido pela vítima, mas era inesperada a visita do tal, ela havia acabado de sair do banho e ...
— Mas, como (...)?
— Como eu sei? O inchaço das amigdalas da vítima indicam a pressão feita por mãos em volta de seu pescoço, as marcas azuladas são as marcas dos dedos fortes que a apertaram, são marcas grandes, que só um homem poderia fazer e era um amador, não sabia exatamente onde deveria sufocá-la, a forma como está caída mostra-me que foi uma queda do sétimo ou oitavo andar.
— Foi do sétimo senhor.. —— o investigador olhou para cima.
— Uma das portas da varanda ainda está fechada e como o pequenino amontoado de espuma seca em seu ombro me indica que ela havia acabado de sair do banho me leva a pensar que ela abriu a porta depois que seu visitante importuno chegou. Ou você tomaria banho com as persianas de seu quarto abertas? E se fosse o nosso homem quem tivesse aberto aquela porta ela estaria novamente fechada agora, pois psíquicamente a mente de um psicopata retorna tudo como estava antes do crime. Cheque o pescoço dela para ver se possui digitais. Eu vou subir até o quarto.
No luxuoso quarto de hotel tudo estava em ordem, outro dos agentes havia lhe dito que a fechadura digital da porta não indicava que nenhuma pessoa havia entrado no quarto depois das três da manhã, quando a vítima havia chegado de uma festa e passado pela recepção sozinha. No trinco não havia digitais diferentes da jovem loura caída lá em baixo, o que levou o investigador a conclusão de que o culpado tinha entrado no quarto junto com ela. Mas se ela passou pela recepção sozinha.. o caso estava ficando cada vez mais complicado, o sujeito era mesmo um fantasma, não tinha identidade, e pelo visto também não tinha digitais.
Foi quando Rui depois de horas de investigação pela suíte, teve um sobressalto:
— É isso..!



Continua na próxima postagem, será que o caso vai ser solucionado?

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Enjaulada


Presa entre os 10 e os 20..

entre o certo e o errado,

encadeada entre o amor e a raiva,

algemada pelos bons e maus

Menina, Garota, Mulher, Ser Humano.

Uma grande lacuna me separa daquilo que eu realmente quero..

E eu não consigo nem ao menos sair do lugar,

Não regrido, porém, não progrido.

Esse é o impasse de ser Layana.

sábado, 19 de setembro de 2009

Roberto Crema




Ninguém muda ninguém; ninguém muda sozinho; nós mudamos nos encontros.

Simples, mas profundo, preciso. É nos relacionamentos que nos transformamos. Somos transformados a partir dos encontros, desde que estejamos abertos e livres para sermos impactados pela idéia e sentimento do outro. Você já viu a diferença que há entre as pedras que estão na nascente de um rio, e as pedras que estão em sua foz? As pedras na nascente são toscas, pontiagudas, cheias de arestas. À medida que elas vão sendo carregadas pelo rio, sofrendo a ação da água, elas vão sendo polidas, desbastadas.

Assim também agem nossos contatos humanos. Sem eles, a vida seria monótona, árida. A observação mais importante é constatar que não existem sentimentos, bons ou ruins, sem a existência do outro, sem o seu contato. Passar pela vida sem se permitir um relacionamento próximo com o outro, é não crescer, não evoluir, não se transformar.

É começar e terminar a existência com uma forma tosca, pontiaguda, amorfa. Quando olho para trás, vejo que hoje carrego em meu ser várias marcas de pessoas extremamente importantes. Pessoas que, no contato com elas, me permitiram ir dando forma ao que sou, eliminando arestas, transformando-me em alguém melhor, mais suave, mais harmônico, mais integrado.

Outras, sem dúvida, com suas ações e palavras me criaram novas arestas, que precisaram ser desbastadas. Faz parte...Reveses momentâneos servem para o crescimento. A isso chamamos experiência. Penso que existe algo mais profundo, ainda nessa análise. Começamos a jornada da vida como grandes pedras, cheia de excessos.

Os seres de grande valor, percebem que ao final da vida, foram perdendo todos os excessos que formavam suas arestas, se aproximando cada vez mais de sua essência, e ficando cada vez menores, menores, menores... Quando finalmente aceitamos que somos pequenos, ínfimos, dada a compreensão da existência e importância do outro, e principalmente da grandeza de Deus, é que finalmente nos tornamos grandes em valor.

Já viu o tamanho do diamante polido, lapidado? Sabemos quanto se tira de excesso para chegar ao seu âmago. É lá que está o verdadeiro valor... Pois, Deus fez a cada um de nós com um âmago bem forte e muito parecido com o diamante bruto, constituído de muitos elementos, mas essencialmente de amor. Deus deu a cada um de nós essa capacidade, a de amar... Mas temos que aprender como. Para chegarmos a esse âmago, temos que nos permitir, através dos relacionamentos, ir desbastando todos os excessos que nos impedem de usá-lo, de fazê-lo brilhar.

Por muito tempo em minha vida acreditei que amar significava evitar sentimentos ruins. Não entendia que ferir e ser ferido, ter e provocar raiva, ignorar e ser ignorado faz parte da construção do aprendizado do amor. Não compreendia que se aprende a amar sentindo todos esses sentimentos contraditórios e... os superando. Ora, esses sentimentos simplesmente não ocorrem se não houver envolvimento...

E envolvimento gera atrito. Minha palavra final: ATRITE-SE! Não existe outra forma de descobrir o amor. E sem ele a vida não tem significado.
(Roberto Crema)